Tempos anteriores em que a comunicação era mais vagarosa e o acesso ao conhecimento era raso equiparando-se a quantidade e ao acesso que há neste tempo contemporâneo, o pensamento crítico fez-se presente, porém pouco em relação à “Era das redes sociais”. O criticar se tornou um tanto quanto comum, e o que antes era um trabalho árduo e muito bem pensado, se tornou rotina a qualquer um que possa ter pensamentos. Qualquer um acha que pode dizer o que quiser – e pode, conquanto que diga e saiba o porquê e pautado no que se fala; e conquanto ouça outros e não só “vomite” críticas sem ideias de resolução.
A transformação está evidentemente clara e a cada década que se passa, o mundo todo é abraçado com nossos braços e ao mesmo tempo é construída uma sociedade extremamente crítica e um mundo insuportavelmente irritante. Um mundo irritante, em que todos falam e ninguém sabe escutar, milhares de opiniões e criticas com raras soluções; um mundo tolo.
Mundo tolo no qual me incluo. Olha a ironia. Todos que estão dentro de um mundo tolo é tolo. É a lógica dos conjuntos: se o A pertence ao conjunto M, e M é um conjunto de tolos, todos os elementos são tolos. Em tudo existe hipocrisia, inclusive neste meu pequeno texto, reflita sobre o título: “Opinião sobre a crítica”. Incluo-me e anuncio a minha tolice, sou mais uma que vomita opinião e crítica, sou um elemento do conjunto.
Existe justificativa para qualquer crítica ou julgamento? Talvez exista, mas mesmo com justificativa, quem é capaz e justo o suficiente para julgar? Ninguém.
A vontade extrema de afirmar superioridade e diferença é a atitude de quem se sente ameaçado por ser semelhante ao outro. Por isso ainda fico com a velha sabedoria de Sócrates: só sei que nada sei. Ninguém sabe ou finge que sabe!
